Recentemente tive de chamar um técnico a casa para fazer uma inspeção à canalização do gás. O homem, muito simpático, chegou ao pé do esquentador e disparou: “Sabe que está a gastar uma brutalidade de gás sem necessidade, não sabe?”.
Podem não ter sido estas as palavras (a parte técnica dispensei-a toda), mas foi o que eu percebi. Afinal, com tanta dica de poupança que partilho, como é que estou a desperdiçar gás todos os dias?
Simples. Nós raramente abrimos a porta do esquentador e olhamos para ele. Ligamos a água quente e esperamos que saia água quente da torneira, certo?
Só vamos verificar o esquentador quando a água sai fria, pelo menos é assim comigo. Ora o meu esquentador, sabe-se lá porquê, estava a debitar água a 54 graus provavelmente desde o início do outono passado.
A consequência natural de tão alta temperatura é que, no duche ou no banho da família toda, com água demasiado quente é preciso misturar água fria. E para quê?
Na prática, para exemplificar, é como se estivesse a gastar 2 pinheiros para fazer uma fogueira para assar uma sardinha. Estou a gastar todos os dias gás a mais para aquecer a água a 54 graus quando o corpo humano considera confortável a água a 40 graus.
Basta baixar a potência do esquentador para 42 ou 43 graus (a água arrefece a caminho do chuveiro) para não ser suficiente estar a gastar tanto gás para depois simplesmente a arrefecer juntando água fria. Um desperdício de que não me tinha apercebido.
Depois deste episódio, li que há uma indicação de que por cada grau que baixarmos o esquentador o consumo de gás pode baixar 7% (há um limite de temperatura em que essa conta deixa de ser proporcional, como é evidente).
Portanto, aprendi a lição. Pelo menos a cada Primavera, ou a cada semestre vou colocar um alerta no telemóvel para verificar se a temperatura a que sai
a água do esquentador está em limites razoáveis. E já agora encurte o tempo do duche. Tenho um aparelho que, quando atinge os 35 litros, apita tipo alarme (raramente paro o duche por causa disso, mas acho piada).
Não descansei enquanto não fiz as minhas contas.
Coloquei o meu esquentador no máximo (60º C) e sentei-me em frente ao contador do gás. Em 10 minutos, gastou 0,27 m3 de gás.
Logo a seguir, baixei a temperatura da água para 42ºC e meti os miúdos no banho. Nos mesmos 10 minutos, o contador registou um consumo de apenas 0,15 m3 de gás.
Conclusão, para o mesmo banho/duche de 10 minutos com água a correr é possível baixar os custos da fatura do gás para quase metade.
Um banho por dia, com 4 cá em casa, a 60º C gastaria 32,40 m3 de gás. Baixando a temperatura para os tais 42º C o consumo desce para 18 m3.
Com o mesmo conforto e sem mudar em nada os nossos hábitos. Não estava à espera que, no meu caso, a diferença fosse tão grande. Faça o teste e veja se está a desperdiçar gás sem necessidade.
Pode ler a crónica completa no Expresso AQUI,
ou em http://expresso.sapo.pt/economia/2016-06-11-Conselhos-para-baixar-a-fatura-do-gas
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Gostei muito do seu artigo, aliás gosto normalmente de tudo o que escreve. Há só uma coisa que não sei como fazer: Como é que se baixa a potência do esquentador? Obrigada pela ajuda. Maria
ResponderEliminarNo meu, roda-se um dos "botões grandes". De um lado está uma chama grande, para onde rodo no inverno, e do outro uma chama pequena, para a qual rodo mal começo a queimar-me quando abro a á gua quente na cozinha. Aí recebo o aviso de que posso baixar o gasto...
EliminarOlá. Depende de modelo para modelo, mas a Carla acima já respondeu. Obrigado.
Eliminarobrigada, agradeço a informação.
ResponderEliminarObrigada. Maria
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